Este documento discute os sentimentos de uma mãe quando está esperando seu segundo filho, incluindo inquietação sobre como amará a nova criança e se conseguirá dividir seu amor igualmente entre os irmãos. Ele também afirma que o amor de uma mãe é elástico e se multiplica para cada filho, e que cada criança deve ser tratada como única.
2. Quando descobrimos que vamos ser mamãe pela primeira vez, uma aura de encantamento toma conta da gente. E nós dificilmente pensamos em outra coisa. À nossa criança é dirigido nosso último pensamento antes de dormir e o primeiro quando acordamos.
3. E chega o dia em que temos essa criaturinha nos nossos braços e temos dificuldade em acreditar. Tantas vezes sonhamos com esse rostinho e agora que o vemos é como se tudo fosse irreal. Amamos então no mais profundo de nós mesmas; amamos com toda nossa alma e nosso ser. E nos convencemos que nunca mais conseguiremos sentir um amor igual, ou pelo menos que se compare.
4. E, a criança crescendo, vamos desenvolvendo com ela esse amor. E muitas vezes quando já não temos mais nosso "bebê" e percebemos que já existe uma pessoinha cheia de vontade própria querendo enfrentar o mundo, nasce em nós novamente o desejo de maternidade. Então acontece: a segunda criança se encaminha !
5. Depois das primeiras alegrias da descoberta, algo estranho e assustador se instala: uma certa inquietação. Nós, que julgamos nunca mais poder amar da forma como amamos o primeiro, como amaremos aquela criança ? A amaremos com a mesma intensidade ?
6. E se o ciúme do irmãozinho ou irmãzinha se manifestar, como vamos lidar com isso ? Será que saberemos nos dividir para dar na medida exata a cada um ?
7. São estas entre outras questões ... e pode acontecer que nos sintamos culpadas em relação à primeira criança. Saberemos que daqui a pouco outra vai chegar que vai "tomar o lugar dela." Não seremos mais tão disponíveis.
8. Mas para todas essas perguntas existe uma só resposta, que é básica para todas as outras também : coração de mãe é elástico.
9. Penso que da mesma maneira como Jesus efetuou a multiplicação dos pães, o amor é multiplicado no coração de uma mãe e amor vai ter e vai até sobrar, para mais um, mais dois ou até quem sabe, para mais ... e quanto mais amor, mais sabedoria, mais instinto de como lidar com todas as outras coisas.
10. Cada filho é único e deve ser tratado como único. Digamos que a mãe é uma mão e que os cinco dedos sejam seus filhos. Todos iguais, todos diferentes, todos ligados da mesma forma, embora cada qual aponte para um lado diferente.
11. Amor de mãe é amor de mãe. Não muda, não se desgasta. Uma mãe que perde um filho pode ter dez outros, ela será para sempre uma mãe podada de um filho e ela carregará isso para o resto da sua existência.
12. Uma mãe é uma rosa que se desdobra em diferentes pétalas, sem portanto perder da sua graça, beleza e poder de perfumar e encantar todos à sua volta.